10 fevereiro 2020

Sintsef Ceará repudia a falta de respeito do Ministro Paulo Guedes contra servidores públicos


No último dia 07 de fevereiro, em uma palestra durante um seminário promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, chamou servidores públicos de parasitas e entre outros absurdos. O principal articulador das reformas do presidente Bolsonaro afirmou que “o hospedeiro (O estado) está morrendo, o cara virou um parasita (servidor público), o dinheiro não chega no povo e ele quer aumento automático”.

O Sintsef Ceará repudia as falas do Ministro Paulo Guedes e todo o projeto político neoliberal que ele representa. Além de difamar a imagem dos servidores públicos, o ministro se utilizou de mentiras para colocar a população contra aquelas e aqueles que atuam na administração pública, que garantem a presença do estado nos lugares mais longínquos do país, que executam políticas públicas com orçamentos apertados e falta de estrutura nos locais de trabalho.

Não existe aumento automático. Hoje, para um servidor ter reajuste de salário precisa ter um Projeto de Lei de iniciativa do Executivo que passe no Congresso e seja sancionado. É de conhecimento da população as campanhas salariais realizadas pelos servidores com seus sindicatos, bem como a solicitação de negociações coletivas e o descaso dos gestores que obrigam os servidores a medidas extremas como greves, para que pelo menos as perdas da inflação sejam concedidas aos trabalhadores do serviço público.  Os servidores federais já estão há quatro anos sem reajuste salarial.

Mas por que Guedes mente na frente de empresários e com ampla cobertura da mídia? Para mascarar os erros do governo Bolsonaro, confundir a população e seguir aprovando reformas que desmontam a soberania, a economia nacional e as políticas sociais de combate à pobreza no país. Tem sido assim, com a proposta de privatização de estatais que dão lucro para a União como a Petrobras, o Serpro e a Dataprev. Com a aprovação da reforma da Previdência que dificultou o acesso a aposentadoria para milhões de brasileiros e brasileiras. E quer também que seja da mesma maneira com a reforma administrativa que além de diminuir os salários de servidores públicos, inviabilizará novos concursos e aumentará a precarização de serviços como saúde, educação e assistência social entre outros.

Guedes joga a culpa da crise nos servidores públicos, no lugar de construir políticas que garantam a qualidade de empregos gerados na iniciativa privada. É preciso tomar cuidado com essa estratégia, principalmente para um governo que tem telhado de vidro. Vale lembrar que Paulo Guedes é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Tribunal de contas da União (TCU) em acusação de desvio de mais de 1 bilhão de reais em fundos de Previdência.

Na verdade, Parasita é um governo que em seu primeiro ano gastou R$ 370 bilhões com o pagamento de juros da dívida pública; mais de R$ 1 bilhão com auxílio-moradia para juízes e R$ 5 bilhões com pensões para filhas solteiras de militares. É quem foi deputado federal por 28 anos na Câmara e nunca aprovou um projeto sequer; aquele que pratica nepotismo sem nenhum pudor; cujo filho eleito para a assembleia do Rio de Janeiro ‘rachava’ o dinheiro da remuneração dos seus funcionários de gabinete e hoje possui ampla influência na gestão do pai presidente.

Esse governo é quem está parasitando o país e entregando nossas riquezas e recursos naturais para empresas internacionais. Que está ampliando a pobreza, jogando a população para empregos temporários, por aplicativos, mal remunerados e expondo trabalhadoras e trabalhadores a adoecimentos sem seguridade, nem acesso à saúde pública. Não podemos nos calar. Nós servidores e servidoras federais estamos defendendo o Brasil e somando com centrais sindicais e movimentos populares que lutam para combater a desinformação promovida por Bolsonaro.

Em defesa dos servidores e do serviço público dizemos não a reforma administrativa de Paulo Guedes. A reação no Brasil e no Ceará contra o governo Bolsonaro está ganhando forças. As greves dos petroleiros, dos trabalhadores das empresas públicas de processamentos de dados e dos correios são indícios da indignação dos trabalhadores e trabalhadoras do serviço público. Nossa mobilização crescerá ainda mais. Conclamamos toda a população a somar na luta pela retomada do país e para participar do dia 18 de março, onde realizaremos a maior greve geral já vista no Brasil.

Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado do Ceará – SINTSEF CEARÁ

Comentários 2 comentários

  • Luciano Filgueiras10/02/2020Responder
    lucianofilgueiras@gmail.com
    Ótimo!Respostas rápidas pra pressionar!
  • Luciano Filgueiras10/02/2020Responder
    lucianofilgueiras@gmail.com
    Ótimo! Respostas rápidas para esclarecer e pressionar! Se jornal de grande circulacão, muito melhor ainda!