21 fevereiro 2019

Sintsef/Ce participa de mobilização contra a reforma da Previdência


A atividade contou também com a participação de outros sindicatos, da CUT, CTB, Intersindical e CSP Conlutas

Marcando as mobilizações do Dia Nacional de luta contra a Reforma da Previdência, centrais sindicais e movimentos populares realizaram ontem (22/02)  uma tribuna livre, na Praça do Ferreira, em Fortaleza. Com microfone aberto para quem quisesse dar sua opinião, o objetivo da atividade foi expor as contradições da proposta de reforma apresentada no mesmo dia à Câmara Federal pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).

A Praça do Ferreira é um local de grande circulação dos trabalhadores do comércio de Fortaleza. Palco de atrações culturais, casa da população de rua e cenário de manifestações, segundo a organização da atividade foi escolhida por sua simbologia e pelo fácil a acesso. A cada fala, muito olhares de apoio e desconfiança diante da proposta de reforma do Bolsonaro. Ao contrário do que tem sido veiculado pelos grandes veículos de  imprensa, a população não está certa de que deve apoiar as mudanças na Previdência.

Fotos (destaque e Roberto Luque): Camila Garcia

O argumento que a Previdência é deficitária e a reforma trará melhorias para os investimentos públicos no país tem se mostrado cada vez mais oportunista. Sobre a questão, Roberto Luque, da coordenação geral do Sintsef lembrou em sua fala dna Praça que “não precisamos de reforma, precisamos é cobrar quase 500 milhões de reais que as grandes empresas estão devendo a Previdência Social, como apontou uma CPI presidida pelo senador Paulo Paim em 2019. Entre elas está, inclusive, a Vale que assassinou agora mais de 300 trabalhadores em Brumadinho. São muitos os devedores e é por ali que precisa começar a reforma. Outra determinação seria a Desvinculação de Recursos da União, a DRU, que acabou de tirar mais de 60 milhões de receita da Previdência para a amortização de juros e outras demandas. É mentira falar em déficit na previdência, hoje ela é superavitária, o que querem mesmo é tirar o sangue dos trabalhadores,” declarou Luque.

Durante a Tribuna Livre, os representantes dos movimentos sociais reafirmaram seguir em luta esclarecendo os pontos da reforma que prejudicam as trabalhadoras e os trabalhadores. Entre as principais estão o aumento do tempo de contribuição, redução das pensões por morte e a possibilidade de congelamento do benefício de Prestação Continuada (BPC) abaixo do salário mínimo. Com o discurso que os servidores são marajás e igualando todas as carreiras (policial, professor, juiz), a reforma de Bolsonaro também ataca servidores públicos podendo reduzir aposentadorias em até 60% do que é pago hoje. Enquanto isso, o governo federal segue sem proposta para militares, atingindo somente a população mais pobre.

A tribuna Livre durou duas horas e foi uma das atividades na agenda de lutas dos movimentos. Juntos com o resto do país novas ações devem se espalhar pelas cidades de forma a conquistar a retirada do projeto, assim como ocorreu em 2017 quando o então presidente golpista Temer teve sua proposta de reforma da Previdência derrotada.

Comentários Comentar