Direção colegiada se reúne com servidores do DNOCS

No próximo dia 21 de outubro, o DNOCS completará 115 anos de existência, mas sem motivos para comemoração. A instituição, que desempenhou papel fundamental no desenvolvimento da infraestrutura hídrica no semiárido brasileiro, enfrenta hoje uma grave crise estrutural.
Com um quadro de servidores insuficiente, falta de concursos públicos e cortes orçamentários, o DNOCS não tem condições de implementar suas ações. As principais barragens da região semiárida estão sem pessoal adequado para gerência e monitoramento, e várias delas operam com vigilância e conservação reduzidas. Além disso, contratos com empresas terceirizadas estão à beira do cancelamento por falta de pagamento.
Apesar de cerca de R$ 900 milhões em restos a pagar, esses recursos são destinados a ações que fogem da missão central da autarquia, como compra de tratores e obras de pavimentação, em vez de projetos essenciais de infraestrutura hídrica e irrigação.
A situação também é crítica na área de piscicultura, que sofre com a falta de técnicos e pesquisadores, levando ao abandono de estações e à perda de matrizes de peixes, comprometendo a produção de alevinos.
O futuro também é incerto. O Ministério da Gestão e Inovação (MGI) não autorizou novos concursos, e a maior parte dos servidores está próxima da aposentadoria, o que pode agravar ainda mais a escassez de pessoal. A insatisfação dos servidores cresce, em especial devido à conversão de uma gratificação em VPNI, que bloqueia a recomposição salarial.
Diante desse cenário, o Sintsef-CE, que sempre esteve e está presente nas lutas juntamente com os serviores do órgão, faz um apelo para que a sociedade e as autoridades reconheçam a importância do DNOCS e atuem para reverter essa grave situação. Sem apoio, a autarquia, que já foi referência em desenvolvimento regional, corre o risco de paralisar suas atividades.
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