10 junho 2014

Para acabar com a greve governo considera atividades da Cultura essenciais. No dia-a-dia parece julgar sem importância essas mesmas atividades


No dicionário, essencial é o mesmo que necessário, indispensável. Foi por ser considerada atividade essencial, que o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) ordenou a volta dos servidores da Cultura ao trabalho, isto é, a suspensão imediata do movimento de greve que abrange os trabalhadores do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Ser considerado essencial é honroso, mas quando essa consideração é real e não apenas um “fake”. No entanto, esqueceram de tratar como essenciais, os órgãos que cuidam da Cultura deste país durante os momentos em que os seus servidores não estão em greve.

Se o governo considera indispensáveis as atividades realizadas pelos órgãos/autarquias em questão, por que estão há 7 anos sem cumprir acordos básicos feitos com os servidores? Se o governo considera necessária a atuação destes servidores por que não reconhecer direitos mínimos como a qualificação profissional que eles possuem ou os títulos (especialista, mestre, doutor) que adquiriram para melhor praticar suas atividades?

É importante ressaltar que a situação de greve é imposta pelo governo, quando este não negocia, não apresenta propostas válidas, não demonstra nenhuma preocupação com o que oportunamente chama de “essencial”. O servidor público, de qualquer órgão ou instância, entra em greve quando não enxerga mais nenhuma alternativa de avanços. No caso dos servidores do IPHAN/CE isto está mais que claro: foram pacientes durante 7 anos na esperança de que um acordo feito fosse cumprido. Como 7 é conta de mentiroso, os servidores entenderam o recado do governo e desistiram de esperar.

A imagem acima foi de um ato ocorrido hoje, na sede do IPHAN/CE. Os banners perguntam: qual a importância da memória, da identidade, da celebração, da diversidade? Afinal, o que faz um povo?

 

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