Promessa de Temer fracassa e emprego formal despenca com reforma trabalhista
Governo prometeu criar um milhão de vagas com a reforma trabalhista, mas somente 200 mil postos de trabalho foram abertos. Economistas preveem que mercado de trabalho levará 10 anos para se recompor
Após o golpe de 2016, que derrubou Dilma Rousseff, presidenta eleita democraticamente por mais de 54 milhões de votos, o governo ilegítimo de Michel Temer (MDB-SP) e seus aliados golpistas no Congresso Nacional, assim como os analistas econômicos da mídia corporativa, lançaram a narrativa de que a reforma trabalhista acabaria com o desemprego no País e faria a economia voltar a crescer. Tentaram fazer os brasileiros e brasileiras acreditarem que a perda de direitos e a criação de vagas de trabalho intermitentes abririam um milhão de vagas de trabalho em apenas um ano.
Mas o que se viu até o momento foi o fechamento de três milhões de vagas formais durante a crise econômica provocada pelo ilegítimo Temer e o número de desempregados no País chega a 13,2 milhões de pessoas. Se comparado com 2014, o número de desempregados cresceu 94,2%.
Além disso, a taxa de subutilização da força de trabalho, que inclui os desempregados, pessoas que gostariam e precisam trabalhar e aqueles que desistiram de procurar emprego depois de se frustarem com o insucesso, bateu recorde histórico no primeiro trimestre de 2018. Ao todo, são 27,7 milhões de pessoas com força de trabalho subutilizada no Brasil pós-golpe.
E agora os economistas do mercado se dizem ‘decepcionados’ com a lenta retomada da economia e prevêem que os milhões de postos de trabalho perdidos, que deixaram milhões de pais e mães de família sem emprego, só devem ser retomados em 10 anos. Esta é a avaliação dos economistas da LCA Consultores, que fizeram um levantamento para o jornal Folha de São Paulo sobre o mercado de trabalho.
Ao analisarem os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), os economistas perceberam uma forte desaceleração da economia e da geração de emprego, em especial nos últimos três meses. Se for mantido os índices atuais, o mercado de trabalho pode fechar 2018 com um saldo líquido de apenas 220 mil vagas com carteira – apenas 20% do prometido pelos golpistas no final do ano passado, quando aprovaram a reforma trabalhista.
No último trimestre, descontando as flutuações típicas de cada mês, o saldo de empregos tem demonstrado forte desaceleração na geração de postos de trabalho formais: em março foram 27,3 mil, em abril 16,7 mil e em maio apenas 9,8 mil.
A situação é tão crítica que os analistas ouvidos pelo jornal dizem “não acharem impossível encerrar o ano com demissões líquidas”. Ou seja, um saldo negativo no nível de emprego.
Contribui ainda para esses números as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB ) para 2018, que indicavam alta de 2,7%, mas hoje as projeções não passam de 1,5%, o que reflete na expectativa de crescimento do mercado de trabalho.
Saiba Mais
Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, os índices de desemprego não são nenhuma novidade. A reforma trabalhista, segundo ele, não foi feita para gerar empregos, mas sim para extinguir direitos e legalizar a informalidade e o bico.
“E os resultados apresentados demonstram que sempre falamos a verdade quando alertamos que o golpe não foi contra a Dilma, foi contra o povo brasileiro, contra os direitos da classe trabalhadora”, diz o dirigente.
Com o usurpador Temer, diz Vagner, o que temos são taxas recordes de desemprego e geração de trabalho precário e informal.
“O retrato do Brasil pós-golpe é miséria e desesperança. As filas quilométricas em busca de emprego voltaram a ser realidade no País que chegou atingir o pleno emprego nos governos de Lula e Dilma.”
Vagner lembra que é preciso dar um basta nessa situação e só com o povo mobilizado nas ruas, no dia 10 de Agosto, Dia do Basta, promovido pela CUT e demais centrais sindicais, é possível fazer com que o país comece a sair da crise.
Saiba Mais
Escrito por Rosely Rocha para www.cut.org.br
Comentários Comentar