Balanço de 2018 e organização para enfrentar os desafios que virão no governo novo governo
Em 2018 não houve descanso para as lutadoras e lutadores do Povo. Cientes dos desafios impostos pelo golpe de institucional do poder judiciário e da mídia à democracia, fomos às ruas defender os trabalhadores e os serviços públicos. Com muita pressão conseguimos que a reforma da Previdência fosse retirada da pauta no Congresso Nacional ainda no primeiro semestre. O medo da resposta das urnas fez deputados e senadores adiarem o debate. No Ceará, a não reeleição dos golpistas como os deputados Danilo Forte e Gorete Pereira, e do Senador Eunício Oliveira, mostraram que o povo está cansado da velha política.
Entretanto, no segundo semestre, a guerra mostrou- -se mais árdua e desigual. Os golpistas seguiram com seu projeto de criminalização das lutas sociais e impediram a candidatura do ex-presidente Lula, o único apontado nas pesquisas como capaz de vencer as eleições ainda no primeiro turno. Mas cheios de esperança, os movimentos sociais continuaram a fazer o trabalho de base, mostrando à população os perigos de uma ascensão ultraliberal ao governo. A ida de Fernando Haddad para o segundo turno foi resultado desse processo.
Em seguida, novamente o capital mostrou sua força, dessa vez utilizando-se da contratação de empresas de marketing digital para espalhar notícias falsas em redes sociais e grupos de whatsapp, contra Haddad e fortalecer a imagem messiânica de Jair Bolsonaro.
O país se dividiu, com um alto índice de votos brancos e nulos, uma votação expressiva nas regiões sul, sudeste e centro-oeste – as mais ricas do país, Bolsonaro foi eleito.
Mostrando que seu governo será uma continuidade de Temer, o presidente eleito que ainda nem assumiu, já está tocando o terror em cima dos trabalhadores e servidores públicos. Anunciou o fim de ministérios e fusão de outros, a perseguição dos movimentos sindical e popular e a venda das estatais. Indicou protagonistas do golpe, militares e signatários de Temer para chefiar as principais pastas do governo federal. Em suas relações internacionais, declarou fechar as portas para a América Latina e ampliar as relações com o imperialismo dos EUA de Donald Trump.
Sem falar, nos já escândalos de corrupção, envolvendo seu futuro ministro da Casa Civil e chefe do governo de transição, Onix Lorenzoni. Assim como, a futura primeira dama Michele Bolsonaro, o seu motorista e o filho do presidente, o senador eleito pelo RJ, Flávio Bolsonaro. De messias e salvador da família, o próximo presidente tem mostrado mesmo é que subestima a inteligência das brasileiras e brasileiros que votaram nele.
Mas nós não! No começo de dezembro, o IBGE divulgou que o número de pessoas em situação de pobreza aumentou 12,6 % no último ano. Efeitos da reforma trabalhista e dos cortes de Temer nos serviços públicos e programas sociais. Com Bolsonaro, esse número cresçará ainda mais rápido.
Precisamos nos preparar e chegar junto dessa massa carente e ganhar o seu apoio. A nossa primeira batalha de 2019 será barrar a reforma da Previdência. A nova proposta promete ser ainda pior que a de Temer. Para servidores, já é público o desejo de acabar com a paridade e a integralidade, por exemplo.
O Sintsef Ceará está se organizando para isso. A realização das eleições sindicais mostram que seguimos cheios de esperança e convicção. O futuro pode até ser incerto, mas a nossa disposição de lutar com, e pelo, povo alimenta a certeza de que estamos do lado certo da história.
Esse e outros textos estão na edição de dezembro de 2018 do Jornal do Sintsef. Confira essa e todas as outras edições clicando AQUI.
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