15 outubro 2019

Congelamento de investimento público vai agravar desigualdade, avalia economista


Cálculo do G1 confirmado no Ministério da Economia aponta que em 2020 a Saúde deve perder quase R$10 bilhões. Condsef/Fenadsef segue fazendo coro com especialistas que apontam que se EC 95 não for revogada haverá colapso

Matéria escrita por Condsef/Fenadsef

Um cenário de austeridade imposto para um período de 20 anos pela Emenda Constitucional (EC) 95/16, do teto de gastos, que congela investimentos públicos por 20 anos, vai agravar a desigualdade social. Essa é a avaliação de Débora Freire, professora adjunta do Departamento de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais que em estudo com outros economistas aponta os riscos do agravamento do não investimento em serviços públicos. A economista foi uma das especialistas ouvidas pelo G1 que publicou matéria neste domingo apontando que a saúde deve perder quase R$10 bilhões em 2020 em função das regras impostas pela EC 95, do teto de gastos.

Não é de hoje que a Condsef/Fenadsef vem fazendo coro com especialistas de diversas áreas sobre os riscos da EC 95/16 para o setor público. “Um colapso nos serviços prestados à sociedade é questão de tempo caso os investimentos públicos sigam congelados”, reforça o secretário-geral da Confederação. O cenário de austeridade afeta também os próprios servidores públicos que já estão há mais de dois anos sem sequer reposição da inflação em seus salários. Estão congelados inclusive benefícios como auxílio-alimentação.

Dia 30: em defesa dos serviços públicos

O alerta vai ganhar as ruas no próximo dia 30 quando servidores vão ao Ministério da Economia cobrar atendimento de demandas urgentes, valorização e defesa do setor público. “Estamos vivendo uma onda de ataques pesados aos serviços e aos servidores públicos que se não forem freados vão impactar em breve para pior a vida dos brasileiros que dependem de atendimento e pagam por ele em impostos todos os dias”, acrescenta o secretário-geral.

Entidades ligadas ao Fonasefe, incluindo a Condsef/Fenadsef, preparam também um seminário para debater ações de enfrentamento ao cenário de desmonte que vem sendo conduzido por uma política neoliberal, de austeridade e ausência do Estado. A inteção de “privatizar tudo” feita em diversas declarações do próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, acende sinais de alerta. A Condsef/Fenadsef defende um País soberano, democrático e que garanta bem-estar social a seus cidadãos. Este governo segue na contramão dessa possibilidade. “A reação se faz urgente, por isso convocamos servidores de nossa base, maioria do Executivo, às ruas no próximo dia 30. Seguiremos com uma agenda propositiva na defesa dos serviços públicos brasileiros”, reforça Sérgio.

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