Sintsef Ceará: 31 anos de lutas, acúmulo de força, experiência e esperança na organização da classe trabalhadora
Em 16 de abril de 1989, nascia o Sintsef Ceará, no 1º Congresso Estadual da Categoria, realizado em Fortaleza na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará. Nesses 31 anos de existência, nosso sindicato – instrumento de luta do trabalhador e da trabalhadora do serviço público federal no nosso estado, alcançou sua maturidade política, mantendo a linha de independência e autonomia diante de governos, patrões e partidos políticos.
Nas tantas batalhas que mostraram a força da organização sindical, o Sintsef Ceará tem seguido firme buscando o fortalecimento dos órgãos federais e um serviço público de qualidade. Com greves e muita organização, participamos diretamente da conquista de reajustes, planos de carreiras e gratificações. Nesses momentos, a nossa fortaleza sempre esteve nas servidoras e nos servidores públicos. Por isso, chegamos aos 31 anos refirmando compromisso e disposição na luta por justiça social e em defesa da classe trabalhadora.
Hoje, os desafios impostos com crise sanitária provocada pela disseminação da Covid-19, nos impedem de comemorar fisicamente com nossos parceiros, amigos e filiados. Ainda sim, permanecemos cheios de coragem e esperança, principalmente diante das lições de solidariedade de movimentos, organizações, cidadãs e cidadãos que têm multiplicado campanhas em favor dos que sofrem com os impactos do Coronavírus na saúde e na economia.
Sabemos que a conjuntura de desmonte imposta pelo governo Bolsonaro é adversa. Com a chegada do Coronavírus temos assistido a pior face do capitalismo e o impacto imediato das diretrizes neoliberais na vida dos mais pobres. As demissões e flexibilização da legislação trabalhista comprovam essas maldades.
Em conjunto com a CUT e a Condsef, estamos na batalha contra a MP 936 que permite a suspensão dos contratos e dos salários dos trabalhadores; a MP 905, da Carteira Verde Amarela, já aprovada na Câmara e a espera de votação no senado; e entre outras, contra o PLC 149 que quer proibir o reajuste dos salários dos servidores públicos nas três esferas. Esses projetos estão tramitando atualmente no Congresso Nacional, que se aproveita da crise para aprovar o fim dos direitos em sessões virtuais, sem a pressão do povo nas ruas. Isso porque a população precisa ficar em isolamento para se proteger da Covid-19.
Mesmo assim, o número crescente de denúncias trabalhistas têm revelado a centralidade da atuação dos sindicatos na garantia de direitos e empregos justos. Junto com diversos movimentos sociais, as organizações sindicais permanecem pressionando o Governo Bolsonaro e o Congresso Nacional, convocando a população para somar em ações virtuais de visibilidade das nossas lutas.
A bandeira da valorização dos serviços públicos também tem se mostrado atual diante de crise sanitária, amparando a população na garantia da vida e da sobrevivência. O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos grandes exemplos dessa afirmação. Mesmo vilipendiado com os cortes de recursos desde o golpe na democracia e a edição da Emenda Constitucional 95 (ambos em 2016), segue protagonizando o combate ao Coronavírus com o trabalho incansável de diversos servidores públicos espalhados pelo país.
Ainda que a conjuntura assuste, lembramos que esse tempo vai passar e por isso agradecemos sempre pelo apoio, carinho e fraternidade compartilhados nesses últimos 31 anos. Temos certeza que sairemos mais fortes, confiantes, solidários e articulados desse tempo difícil. Estaremos prontos para novas batalhas e dispostos a celebrar ainda mais as conquistas.
lucianofilgueiras@gmail.com