12 abril 2022

Conab pretende impor Geap sem ouvir questionamentos dos trabalhadores


A categoria teme ficar sem assistência à saúde por não conseguir pagar os reajustes abusivos e os valores de coparticipação

Conforme foi aprovado pelo Conselho de Administração da Conab (Consad) em 17/12/21, a Companhia de Abastecimento deve impor em breve às empregadas e aos empregados públicos o Plano da Geap como serviço de assistência a saúde. Entretanto, as perguntas e questionamentos sobre como será esse processo continuam sem respostas.

Hoje, os trabalhadores possuem a assistência médica, odontológica e social por meio do Serviço de Assistência à Saúde (SAS), um direito, fundamental, que acompanha os empregados da Conab há mais de 30 anos. Mas desde 2017, quando da presidência de Michel Temer as coisas começaram a mudar. Durante as tentativas de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) dos empregados públicos a Empresa passou a tentar retirar direitos dos trabalhadores, dentre eles o Plano de Saúde. A mesma postura permaneceu no governo Bolsonaro e o fato é que as negociações nunca avançaram e o ACT encontra-se em sucessiva prorrogação, a última até 30 de abril de 2022.

No último dia seis de abril, as entidades representativas dos trabalhadores da Conab foram chamadas a uma reunião para tratar de pauta sobre uma proposta de alteração da modalidade de oferta do SAS. A Fenadsef esteve presente no momento, no qual foi apresentada a intenção da diretoria, de mudar a forma de assistência à saúde oferecida a seus funcionários, hoje de autogestão por RH, para gestão por operadora. Infelizmente não houve a formalização sobre a proposta de Plano, nem quanto a Conab deve subsidiar.

Nada foi dito sobre a Geap, entretanto nos bastidores corre que a Empresa deve aderir ao plano oferecido também aos servidores federais. Parece que a participação da Conab deve ser por faixa salarial, sendo o valor máximo de 50%. Se a troca se consolidar, os empregados públicos da Conab serão fortemente prejudicados. Isso porque a contrapartida do governo federal é muito pequena, o que deixa o custo do plano muito alto para quem o possui, sem falar nos valores a serem pagos pela coparticipação. Sem falar dos reajustes abusivos e a consequente judicialização por conta dos reajustes praticados, entre outros. Muitos servidores acabaram por cancelar o convênio com a Geap por não conseguir mais pagar.

O SAS tem se mostrado, essencial para salvar centenas de vidas de empregados e dependentes. Os trabalhadores da Conab reivindicam que a Empresa considere os direitos adquiridos e continue a oferecer uma assistência à saúde ao alcance de todos, sem qualquer descriminação e que o processo de escolha seja transparente.

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