05 outubro 2015

Pluralidade de ideias, democracia e fortalecimento da luta deram o tom ao 11º Congresso do SINTSEF/CE


“Qualquer vitória exige luta, e a luta necessita da esperança. Viemos aqui, durante estes três dias, renovar esperanças, organizar forças e reformular as formas de como nos posicionar na batalha em busca de nossos direitos e conquistas. Começa agora o 11º Congresso do SINTSEF/CE, espaço de discussão e principalmente de construção. Diante do quadro de crise econômica, ampliado pela mídia burguesa, porém vivenciado por medidas que diretamente nos atingem, vemos a necessidade de estarmos unidos, fortes e seguros em torno do movimento de emancipação dos trabalhadores”. A fala, feita pelo diretor licenciado e deputado estadual Manoel Santana abriu o 11º Congresso do SINTSEF/CE, no último dia 23 de setembro.

Durante três dias de atividade, cerca de 400 delegados discutiram a luta da base dos servidores públicos federais no 11º Congresso do SINTSEF/CE.

O evento contou, na abertura, com a presença dos deputados estaduais Elmano de Freitas (PT), Manoel Santana (PT) e Carlos Felipe (PCdoB), bem como de representantes de entidades dos movimentos sociais: Toninho (MST-CE), Miguel Braz (Levante Popular da Juventude), Cineide Almeida (MOTU), Antônio Ibiapino (Casa de Amizade Brasil-Cuba). Também compareceram Josemilton Costa, pela Condsef, Wil Pereira representando a CUT-CE e Paulo Barela, em nome da CSP Conlutas. Todos estes compuseram a mesa de abertura, ao lado dos coordenadores do SINTSEF Carlos Eugênio Soares, Luciano Filgueiras e Luís Carlos Macêdo. As falas destacaram a importância do congresso para o conjunto dos servidores federais, principalmente em um momento que a luta faz-se tão necessária.

O sentimento de indignação com o pacote de ajustes do governo Dilma foi evidenciado em cada colocação apresentada. Os contínuos ataques à classe trabalhadora reforçam a necessidade de unidade para seguir avançando. Foi ressaltado que para que isso ocorra, as divergências políticas precisam ser deixadas de lado por um momento, de forma que a classe trabalhadora como um todo possa se fortalecer cada vez mais e seguir firme na luta contra a retirada de direitos.

Regimento interno e apresentação das teses

Após desfeita a mesa de abertura, deu-se sequência com a votação do regimento interno do Congresso. Mesa presidida por João Batista, relatada por Flávio Inácio e Sandra Mota e secretariada por Ana Parente, aprovou o regimento rapidamente.

A partir de sorteio houve a apresentação das teses. Luís Carlos Macêdo representou a Tese 1, “Mobilizar para ampliar as conquistas”, Luciano Filgueiras a Tese 3, “Por um sindicalismo Classista, Independente, Combativo, Revolucionário e Sem Colaboração de Classe” e Roberto Luque finalizou com a Tese 2, “Unidade e Luta para conquistar as reivindicações”.

Análise de Conjuntura Nacional e Internacional

No período da tarde, ainda no dia 23, ocorreu a mesa de Análise de Conjuntura Internacional e Nacional. Com a participação do dirigente nacional do MST João Pedro Stédile, o membro da CSP Conlutas Paulo Barela, e o professor Eudes Bayma, a temática foi marcada pela pluralidade de ideias e o confronto de posições políticas. No apoio aos palestrantes compuseram a mesa Luis Carlos Macêdo, Onidracir do Rosário, Constância Costa e Flávia Sabóia.

Também teve espaço o episódio lamentável ocorrido com João Pedro Stédile na noite em que chegou a Fortaleza, quando foi hostilizado agressivamente por um grupo de pessoas no Aeroporto Pinto Martins.

Em sua fala, o professor Eudes Bayma enfatizou que só a luta dos trabalhadores é capaz de conseguir direitos para a classe, e que a categoria dos servidores federais deve se manter unificada para aumentar os ganhos. Já Paulo Barela destacou que a união da classe trabalhadora para fazer uma greve geral no país é uma das saídas para derrotar os projetos econômicos da burguesia. Por sua vez, o dirigente do MST João Pedro Stédile acredita que o momento atual é de se organizar para dar prejuízo ao trabalhador. “A força da classe trabalhadora só se expressa na greve, quando causa prejuízo ao inimigo. Tem que ocupar, fazer manifestação, paralisar o trabalho… porque ninguém vai substituir o trabalhador”, enfatizou.

Trecho do texto de abertura serviria para ilustrar o debate deste momento, que embora seja de muitas dificuldades não pode representar a derrota: “Não é preciso muito para nos sentirmos vencedores. Basta olhar no entorno. Ao seu lado, ombro a ombro, vários companheiros e companheiras conscientes deste momento e que abraçaram esta causa com vigor e entusiasmo. Em 26 anos de história do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público, a realização dos nossos Congressos mostra que nossa categoria está viva e alerta, sabedora de sua capacidade de articulação e mudança. Esperança é palavra que nos acostumamos a escrever dia após dia, apesar de toda e qualquer adversidade”.

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