Sintsef/CE acompanha reforma na base da UBV-Eusébio
A reforma fez parte das reivindicações apontadas em pesquisa realizada pela Coordenação de Saúde do Trabalhador do Sintsef/CE
No final do mês de maio foram iniciadas as reformas na Base Central de Ultra Baixo Volume (UBV) do Eusébio da Secretaria da Saúde Estado do Ceará. Os alojamentos, banheiros, refeitório, lavanderia e área de lazer para trabalhadores fazem parte das obras que estão sendo realizadas no local. A base conta com uma área de 12.000 m². A Coordenação e o Coletivo de Saúde do Trabalhador estiveram no local para acompanhar a evolução das obras.
Segundo Francisco Barbosa, servidor público federal e coordenador da UBV-Eusébio, entre outras questões, a conquista da reforma também é resultado do trabalho de pesquisa do Sintsef, em identificar os problemas enfrentados pelos servidores federais da saúde no Ceará. De acordo com a pesquisa, os casos mais graves de adoecimentos estavam localizados nas unidades de combate às endemias, como a UBV. Pressão alta, dores na coluna, problemas respiratórios, gastrite, artrose, estresse e depressão estão entre os males mais recorrentes apontados na pesquisa.
A reforma foi aprovada em outubro de 2017 e teve início em maio de 2018, a previsão é que tudo de termine até outubro deste ano. O objetivo é tornar tudo seguro para o armazenamento de inseticidas e para a permanência dos trabalhadores, cuja maioria vêm de regiões do interior do Ceará e passa muito tempo na Base. “Trabalho aqui desde o começo e vejo que gente conseguiu mudar muita coisa. Antes, o cara chegava e tava de macacão, de bota, de máscara deitado no lugar onde ele dormia a noite. Então isso também colaborou muito para que a gente tivesse essa reforma, mas num espaço de 12 anos. Demorou um bocado”, conta Barbosa.
O Coordenador revela que atua na UBV desde o seu início quando todos os trabalhadores eram servidores públicos federais. Hoje são apenas 20, o restante (65) são terceirizados contratados pelo governo do Ceará. “Nós iniciamos no Ceará em 1985, aí veio o primeiro surto de dengue em 1986. Nessa época, vivíamos numa base emprestada que era no ginásio Paulo Sarasate. Passamos lá um ano e oito meses, fomos expulsos e conseguimos alugar o Clube do Mexe-Mexe, no José Walter. Lá nós ficamos do final de 87 até 91. Nesse intervalo nós conseguimos com o superintendente da Funasa, que ele arranjasse uma verba para construir essa base da UBV”, lembrou.
A Coordenação de Saúde do Trabalhador do Sintsef analisa que apesar das conquistas, ainda há muito para melhorar, pois envolve também a questão cultural do uso adequado de equipamentos e manejo dos inseticidas. Bem verdade que eles melhoraram, pois os organoclorados (DHC e o DDT), nocivos à saúde, foram proibidos na década de 1990. Hoje, são biodegradáveis, sem poder cumulativo no tecido gorduroso. Ainda sim, há riscos na troca e lavagem de uniformes, luvas, máscaras, colchões, fronhas e travesseiros.
Além da UBV, o Sintsef segue monitorando os demais locais visitados pela pesquisa, orientando trabalhadores que se sentem prejudicados e cobrando das autoridades competentes a realização de exames periódicos, ações educativas e adequação dos locais segundo as normas de saúde e segurança do trabalho.
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