Contra reforma da Previdência, mobilização e pressão a senadores são essenciais
“É difícil, mas não é impossível”, disse senador Randolfe Rodrigues sobre modificar rumos da reforma da Previdência no Senado em reunião hoje com entidades e centrais sindicais
Matéria escrita por Condsef/Fenadsef
A Condsef/Fenadsef, em conjunto com outras entidades e centrais sindicais, participou nessa terça-feira de reunião com parlamentares e lideranças do Senado e da Câmara dos Deputados para falar sobre a PEC 6/19, da reforma da Previdência, que chegou no Senado e já é foco de pressões de aliados do governo para sua aprovação em dois turnos. A mobilização nos estados e o poder de pressão junto a senadores foram dois fatores apontados por unanimidade como essenciais para buscar alterações em pontos que ainda prejudicam muito a classe trabalhadora e seguir lutando para barrar o desmonte da Previdência Pública no Brasil. “É difícil, mas não é impossível”, pontuou o senador Randolfe Rodrigues, líder do bloco de oposição no Senado. O senador informou que como primeiro passo o bloco já conseguiu estender o calendário de tramitação da PEC que passou de 45 para 65 dias. Quem defende a reforma, disse Rodrigues, trabalha na perspectiva de que o texto seja aprovado em 2o turno até o dia 9 de outubro.
A deputada Jandira Feghali, líder da minoria na Câmara dos Deputados, por onde a proposta já passou em dois turnos, destacou a importância de manter a luta em pontos ainda prejudiciais. A deputada destacou que muitos pontos polêmicos conseguiram ser barrados na Câmara com o trabalho intenso desenvolvido pela bancada de oposição na Casa e a pressão da classe trabalhadora. No entanto, o governo conseguiu votos em pontos ainda muitos prejudiciais. A própria forma de cálculo das aposentadorias, que considera o total de contribuições e não mais a média das maiores, é algo que prejudica absolutamente todos os trabalhadores. Haverá, como diversos especialistas têm alertado, um empobrecimento da população e uma concentração maior de renda ampliando a desigualdade social que atingiu de acordo com pesquisa recente da Fundação Getúlio Vargas (FGV) seu maior índice da série histórica.
PEC Paralela
Os deputados da oposição também informaram que estão atentos e colocaram à disposição suas estruturas e assessorias técnicas para auxiliar os trabalhos de resistência contra a PEC 6/19 no Senado. O senador Humberto Costa informou que foi encomendada uma nota técnica para averiguar todas as possibilidades, inclusive a tese de que a proposta só não volta para a Câmara se não houver nenhuma alteração no texto da PEC. A resposta é que emendas supressivas de pontos autônomos poderiam ser retiradas sem necessariamente o texto ter que voltar. Já a PEC Paralela que ameaça retomar pontos polêmicos vencidos no debate na Câmara, como é o caso da capitalização e inclusão de estados e municípios na reforma, necessariamente terá que passar pela Câmara caso tenha tramitação iniciada no Senado.
É preciso reforçar que, apesar de todo discurso narrativo exaustivamente vendido e defendido pelo governo, grandes empresários como apoio da grande mídia, a população se mostra reticente quanto à reforma. “A verdade é que quanto mais se conhece os ataques aos nossos direitos que estão contidos no texto dessa PEC, menos brasileiros defendem essa monstruosidade que querem fazer com o direito a nossa aposentadoria”, concluiu Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Condsef/Fenadsef. Como destacou o senador Humberto Costa, a pressão e o diálogo devem mostrar que dá para minimizar prejuízos. “Muita gente a favor vai ficar contra se ver situação dela com as novas regras”, reforçou o senador.
>> A reunião foi transmitida ao vivo e pode ser assistida por esse link compartilhado na Facebook da Condsef.
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