31 janeiro 2022

Artigo: Por que lutamos pelo reajuste salarial?


Confira artigo de Roberto Luque, coordenador geral do Sintsef-CE, publicado no jornal O Povo

Há cinco anos sem reajuste, as servidoras e os servidores públicos federais reivindicam do governo federal a reposição das perdas salariais para todo o funcionalismo e não apenas para as categorias policiais e outras que compõem a base do presidente Bolsonaro. Tudo subiu, combustível, gás de cozinha, alimentos e outros. Junto com a inflação, a falta de reajuste corrói o poder de compra dos servidores, assim como de toda a classe trabalhadora.

É importante combater a ideia de que o servidor é um marajá. Isso foi criado pelo então presidente Collor para que empresas privadas explorassem os serviços públicos e lucrassem com privatizações. Esse é o mesmo objetivo do governo Bolsonaro e do ministro Paulo Guedes. Estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelam que 70% dos funcionários do Poder Executivo ganham menos de R$ 4 mil. Desses, quase metade (48%) ganha até R$ 2.500 por mês.

A pandemia expôs o que há muito tentamos explicar, a importância dos serviços públicos. Num país onde a fome e a pobreza voltaram a crescer, onde o presidente descredibiliza a ciência no combate da Covid-19, o que seria da população sem o Sistema Único de Saúde (SUS) e seus servidores compromissados? Na saúde, educação, meio ambiente, na reforma agrária e nas mais diversas áreas, eles têm trabalhado em condições precárias e ainda precisam lidar com perseguições políticas. Como no caso dos servidores da Anvisa ao aprovarem o uso da Pfizer na vacinação infantil. Tudo isso com seus salários perdendo o poder de compra e as necessidades da família só aumentando.

Não é culpando os servidores que encontraremos as soluções para os problemas do país. Precisamos é de mais investimento no setor público. Acabar com a reforma administrativa que privatiza, retira direitos, limita o acesso e precariza o serviço público. Precisamos também da revogação das reformas trabalhista e previdenciária e da Emenda Constitucional do teto dos gastos. Convidamos os trabalhadores a se unirem para conquistar melhores salários e condições. No setor público e privado. Vamos à luta rumo a greve geral.

Roberto Luque de Sousa
Coordenador Geral do Sindicato dos Trabalhadores do serviço Público Federal no Estado do Ceará – SINTSEF/CE e integrante da Direção Estadual da Central Única dos Trabalhadores – CUT/CE

Comentários Comentar