24 outubro 2022

Luta pela reestruturação do serviço público e retomada dos direitos dos trabalhadores são prioridades aprovadas no 13º Congresso do SINTSEF


O evento aconteceu entre os dias 20 e 23 de outubro e reuniu 400 pessoas, no SESC Iparana, em Caucaia

“Foi o melhor congresso que nós já realizamos” afirmou Roberto Luque, coordenador geral do SINTSEF/CE no encerramento do 13º Congresso, neste último domingo (24), no SESC Iparana, em Caucaia. Durante quatro dias, quase 400 pessoas, quatro mesas de debates, trabalho de grupos e aprovação do plano de lutas representaram um importante momento de formação política e articulação da luta sindical em defesa do serviço público e da democracia no país.

Contribuíram com os debates nomes nacionais como o da Deputada Érika Kokay (PT-MG) e do presidente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar que somaram forças com dirigentes sindicais como Sérgio Ronaldo e Edison Cardoni que representando a Condsef, Wil Pereira e Emanual Lima, representando a CUT-CE e Graça Costa pela CUT Nacional.

No sábado a última mesa intitulada “A pandemia e as consequências para a classe trabalhadora” demonstrou como os impactos da Covid-19 foram sentidos de forma diferente entre trabalhadores e empresários, como acelerou a precarização em determinadas áreas e potencializou adoecimentos mentais dos quais ainda se está medindo as consequências. Participaram do debate Mara Tavares, enfermeira e gerente do Ceerest estadual, Samira de Castro, presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas e Leda Vasconcelos, professora aposentada e doutora em Sociologia da Educação.

Samira de Castro falou sobre a constante tentativa de desacreditar o jornalismo e a ciência, feita por Jair Bolsonaro ao incentivar tratamentos sem comprovação científica para a Covid-10, bem como, as tentativas de perseguição a jornalistas críticos ao comportamento negacionista apresentado pelo presidente. “Como podemos dar credibilidade aos ambientes da sociedade que deterioram o conhecimento científico e o próprio jornalismo? É um absurdo o que estamos vivendo hoje. O plano da grande direita neoliberal é desacreditar as instituições,” declarou.

Mara Tavares lembrou que quando o assunto é saúde, “o interesse do mercado é diferente do interesse do trabalhador. E a política do SUS quer o trabalhador bom, cheio de saúde. Diferente do mercado de trabalho que explora e adoece. Por isso, a Covid-19 descortinou toda a conjuntura de perdas relevantes dos direitos trabalhistas e previdenciários dos últimos tempos,” analisou a enfermeira.

Em todos os debates, assim como nas falas dos delegados e das delegadas que disputaram fortemente os momentos de inscrição durante o Congresso, as críticas ao presidente Jair Bolsonaro revelaram o quanto é importante estancar o sangramento realizado pelo seu governo nos serviços públicos. É flexibilização de leis, cortes na saúde e educação, desvio de finalidades, incentivo a violência contra indígenas, camponeses e demais populações tradicionais, escândalo atrás de escândalo onde o patrimônio brasileiro tem sido dilapidado. Tudo para favorecer um pequeno grupo de ricos que só aumentam suas receitas.

Sérgio Ronaldo lembrou que os servidores federais precisam comparar suas vidas durante Bolsonaro e os governos anteriores: “não podemos ter memória curta, nos tempos dos governos do PT a gente conquistava com luta reajustes nas mesas de negociação. Com o golpe e o governo Bolsonaro, estamos há seis anos sem reajuste e nenhuma mesa de negociação foi instalada”.

Plano de Lutas

Na tarde do dia 22, delegados e delegadas foram divididos em cinco grupos e puderam discutir as teses apresentadas para o 13º Congresso no mês de agosto. Este ano, os documentos foram disponibilizados em setembro para que todos pudessem chegar preparados nas discussões. Alguns destaques de monções foram incorporados comoa que parabeniza os 113 anos do Dnocs e pede por concursos públicos e reestruturação para o órgão. Em uma unidade pela defesa da democracia, as duas teses foram aprovadas para o Plano de Lutas do SINTSEF 2023-2027. O documento será publicado nas mídias do sindicato em breve, após sistematização da comissão responsável.

“A marca deste congresso foi a unidade da classe trabalhadora. Os delegados e palestrantes fizeram um rico debate e quem sai ganhando é o conjunto da categoria dos trabalhadores do serviço público federal. No próximo dia 30 vamos mudar a face desse país e retirar o genocida que está no poder pela recuperação do serviço público e dos direitos da classe trabalhadora,” declarou Roberto Luque.

Confira a cobertura em imagens

Veja mais em

www.facebook.com/SINTSEFCE

www.instagram.com/sintsefce

Comentários Comentar