07 janeiro 2015

Última parcela de reajuste negociado em 2012 será recebida a partir de fevereiro. Campanha salarial 2015 é foco


A maioria dos servidores federais com acordo firmado em agosto de 2012, garantindo média de 15,8% de reajuste dividido em três vezes, receberá no contracheque pago em fevereiro a última parcela relativa a esses percentuais. Os valores vão ser recebidos por quase todas as categorias que conquistaram o reajuste após uma forte greve geral no setor público ocorrida em 2012. À época, a presidente reeleita, Dilma Rousseff, havia declarado não haver possibilidade de conceder qualquer reajuste aos servidores. A greve garantiu que vários acordos fossem firmados. Desde aquele ano, no entanto, muitas cláusulas permaneceram pendentes e não sofreram avanços nos processos de negociação ocorridos com o governo. Entre eles está o termo de acordo número 11 (veja aqui) que assegura negociação para discutir itens urgentes da pauta dos servidores do Executivo.

Nem o reajuste de benefícios para o Executivo, como o auxílio-alimentação, sinalizado inicialmente no ano passado como possibilidade, chegou a ser considerado pelo governo. O reajuste em benefícios, inclusive, continua como uma das prioridades na campanha salarial unificada 2015 que deve ser lançada nos próximos meses e deve ser o foco da categoria. Nessa quinta-feira, 8, a Condsef participa de reunião do fórum de entidades em defesa dos servidores e serviços públicos. Esse encontro deve consolidar um calendário de atividades para o lançamento da campanha dos federais. Além disso, devem ser definidas as principais reivindicações que serão encaminhadas, além da Presidência da República, a toda a nova equipe de ministros que assumiu para este segundo mandato de Dilma.

O que se espera é que este ano traga avanços reais com o cumprimento de pendências e atendimento de demandas represadas do setor público. A própria presidente Dilma assegurou às centrais sindicais, entre elas a CUT, que sua intenção é manter diálogo permanente para discutir demandas dos trabalhadores, incluindo a busca pela regulamentação definitiva da negociação coletiva no setor público.

A Condsef também já esteve com representantes da equipe de transição do segundo mandato da presidente. Uma das expectativas é que o novo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, tome iniciativa e convoque logo uma audiência reunindo a representação do conjunto dos federais para dialogar pendências e ouvir as reivindicações mais urgentes do setor público. Os servidores também esperam que a presidente Dilma honre o debate sobre a agenda propositiva aprovada por ela durante a campanha eleitoral. A agenda lista onze pontos prioritários para a maioria da categoria.

Mas para conquistar os avanços esperados, a mobilização e a unidade dos federais vão continuar sendo essenciais ao longo de 2015. Mesmo com os discursos apontando para um positivo cenário de diálogo permanente com os trabalhadores, o cenário com arrocho econômico e cortes drásticos está colocado. A categoria deve estar atenta e preparada para cobrar o comprometimento assumido pelo ministro Nelson Barbosa em seu discurso de posse que estabelece como uma das prioridades de sua gestão a valorização dos servidores públicos. O secretário-geral da Condsef lembra que é preciso continuar fazendo o dever de casa com a promoção de assembleias nos locais de trabalho, organizando os servidores em torno da campanha salarial 2015. “Devemos conduzir o ano com muita mobilização e seguir atentos para que os discursos desses novos integrantes do governo não se tornem apenas palavras ditas, mas que sejam efetivamente consolidadas mudanças e melhorias que todos anseiam no setor público”, destacou Sérgio Ronaldo.

A Condsef reafirma a suas filiadas a importância de reforçar a mobilização dos servidores em seus locais de trabalho. A pauta de reivindicações única continua contando com a busca por uma política salarial com correção das distorções e reposição das perdas inflacionárias; paridade entre ativos, aposentados e pensionistas; data base em 1º de maio; isonomia dos benefícios entre os Três Poderes; luta pela retirada de projetos que prejudicam a categoria e aprovação daqueles que preservam direitos dos trabalhadores; mudanças nas regras para aposentadoria com média dos pontos dos últimos cinco anos da avaliação de desempenho e incorporação de gratificações.

Comentários Comentar