19 setembro 2022

Empregados da Ebserh entram em greve a partir do dia 21


Diversos estados já referendaram paralisação de atividades em assembleias. Movimento é nacional e unificado.

Empregados e empregadas da Ebserh vão entrar em greve por tempo indeterminado a partir da próxima quarta-feira, dia 21, em todo o Brasil. Assembleias em diversos estados já referendaram a paralisação de atividades aprovada por maioria absoluta da categoria. A paralisação é vista como último recurso frente aos impasses no processo de negociações com a empresa. Serviços essenciais à população serão mantidos.

O presidente da Empresa já recebeu comunicado de deflagração do movimento paredista dos empregados públicos da Ebserh, encaminhado pela Condsef/Fenadsef na última quarta-feira, dia 14.

Em Fortaleza, o SINTSEF/CE também já enviou ofício à direção do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) e da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC) informando sobre a greve. Assim como já publicou um comunicado à população no jornal O Estado CE. Ambos na sexta-feira, dia 16. Faixas, adesivos e panfletos para empregados(as) públicos(as) e uma carta à população usuária do complexo hospitalar também estão sendo produzidos.

Na segunda, 19, a partir das 20 horas, uma plenária com todas as entidades representativas da categoria será realizada. O movimento é nacional e unificado. A atividade será realizada via Plataforma Zoom e o link já está sendo compartilhado com a categoria.

Explicações à sociedade

Cientes de sua responsabilidade para com a saúde da população, os empregados da Ebserh divulgaram uma carta à sociedade destacando cinco motivos centrais que fizeram com que a categoria decidisse pela greve nacional. Com 40 hospitais no atendimento de média e alta complexidade, os empregados não conseguem ver interesse da direção da empresa nas resoluções de acordos coletivos de trabalho que se arrastam há anos e que atenderiam a quase 40 mil trabalhadores.

Em plena pandemia, os empregados e empregadas da Ebserh viveram o que chamam de “tempos sombrios” com a atual gestão da empresa. Com rotinas extenuantes e vivendo durante a pandemia de Covid-19 um dia a dia de trabalho não só desgastante como arriscado, a categoria se viu desrespeitada e desvalorizada por quem tem a obrigação constitucional de reconhecer a importância desse trabalho essencial para a sociedade: o próprio governo.

A categoria conclui a carta destacando o reconhecimento da sociedade pelo trabalho desempenhado, mas que, infelizmente, se vê invisível para o governo. Por isso, a decisão de iniciar uma greve por valorização e preservação de direitos foi o caminho encontrado. “Apoiem-nos nesta batalha pela valorização dos serviços públicos. O BRASIL precisa disso!”, pedem à população.

Confira a íntegra da carta:

CARTA ABERTA À SOCIEDADE SOBRE A GREVE DAS(OS) EMPREGADAS(OS) EBSERH

A força de trabalho da EBSERH entrará em greve nacional a partir do dia 21/09/2022 por tempo indeterminado e vamos aqui indicar os principais motivos.

1) Inércia da maior rede de hospitais públicos do País: A EBSERH, rede pública de saúde e ensino ligada ao SUS, que atualmente conta com 40 hospitais no atendimento de média e alta complexidade, não teve nenhum interesse nas resoluções de acordos coletivos de trabalho que se arrastam há anos e que atenderiam a quase 40 mil trabalhadores. Profissionais esses que cuidam daquilo que o país mais precisa: SAÚDE E EDUCAÇÃO!

2) Propostas absurdas em plena pandemia: Vivenciamos tempos sombrios com a atual gestão da EBSERH. No início das negociações era zero por cento de reajuste, depois, no ápice da pandemia COVID 19, nos disseram que para promover algum tipo de reajuste, seria necessário retirar direitos.

3) Afronta a quem salva vidas: Nossas rotinas de trabalho são extenuantes e, ao invés de haver reconhecimento, recebemos enfrentamento. Fomos ao longo desses anos de negociações levados ao limite. A gestão da empresa chegou até mesmo a colocar colega de trabalho contra colega de trabalho. E foram além, dizendo que “adicional de salário SANGRA para a empresa”. Ou seja, querem suprimir direitos de quem ganha pouco e trabalha muito.

4) Somos profissionais que vivem seu absoluto limite: Pessoas que salvam vidas já não estão conseguindo cuidar da própria saúde física e mental por conta de tanta desvalorização, falta de reconhecimento, falta de empatia. Tudo isso em pessoas que se dedicam diariamente na busca incessante de salvar outras vidas.

5) Não resta outro caminho: Percebemos que somos essenciais para a SOCIEDADE, mas somos invisíveis para o GOVERNO. O dia 21/09/2022 marcará o início da maior greve da história da EBSERH. Apoiem-nos nesta batalha pela valorização dos serviços públicos. O BRASIL precisa disso!

Com informações da Condsef

Comentários Comentar