05 fevereiro 2020

Petroleiros mantêm greve nacional, que ganha a adesão de trabalhadores de 14 plataformas da Bacia de Campos


Em seu quarto dia, movimento totalizou a adesão de 17 mil petroleiros, distribuídos por 35 bases, em 12 estados do país. Categoria mantém a greve e avalia juridicamente recursos à decisão do TST.

Escrito pela Federação Única dos Petroleiros
Foto: Sindpetro CE/PI

Com a adesão de petroleiros de 14 plataformas da Bacia de Campos e de outras unidades pelo país, já chega a 17 mil o número de trabalhadores do Sistema Petrobrás que aderiu à greve nacional promovida pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos. O movimento começou no último sábado (1/2), por tempo indeterminado, e contabiliza 35 bases, em 12 estados (ver lista abaixo). A greve é motivada pela decisão da Petrobrás de fechar a Fábrica de Fertilizantes (Fafen) do Paraná e pelo descumprimento pela empresa de cláusulas e negociações firmadas no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

Além dos trabalhadores de plataformas de Campos, somaram-se ao movimento grevista petroleiros do terminal de Cabiúnas, em Macaé (RS); do Polo Guamaré, no Rio Grande do Norte; de terminais da Transpetro em São Paulo, Paraná e Santa Catarina; e de bases de petróleo terrestres de São Mateus (ES). São 2.240 novos trabalhadores que aderiram à greve. Considerando o número de trabalhadores lotados em locais envolvidos com o movimento (21.200), a adesão supera 80%. Em relação ao total de trabalhadores do Sistema Petrobrás, o percentual é de 35,6%.

Também completou o quarto dia a ocupação pacífica de uma sala no edifíciosede (Edise) da Petrobrás pela Comissão de Negociação Permanente, formada por diretores da FUP e do Sindiquímica.

TST

A FUP informa que mantém a greve e que seu Departamento Jurídico está avaliando o despacho emitido pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) nesta terça-feira. Em resposta a um pedido de liminar da Petrobrás, o ministro Ives Gandra, do TST, determinou que a categoria mantenha 90% do efetivo profissional em atividade. Além disso, que “abstenham-se de impedir o livre trânsito de bens” nas instalações da empresa, o que vem sendo garantido pelos petroleiros desde o início da greve.

“O ministro Ives Gandra reconheceu em sua decisão a legalidade de nossa greve. Porém, estabeleceu condições para a manutenção do movimento, sob pena de multa que pode chegar a R$ 4,5 milhões por dia, o que consideramos abusivo. Diante disso, nosso departamento jurídico está elaborando recursos a essa decisão”, explica o diretor da FUP, Deyvid Bacelar.

A FUP e seus sindicatos reiteram seu objetivo de garantir produtos essenciais para a população brasileira a preços justos. Este, aliás, é um dos motivos da greve iniciada no último sábado (1/2).

Reinvindicações

A FUP reivindica a suspensão imediata do programa de demissões de 1.000 funcionários da Fafen-PR, comunicado pela Petrobrás e que, segundo a empresa, será iniciado em 14 de fevereiro. As demissões ferem a cláusula 26 do ACT, que determina que qualquer demissão em massa deve ser negociada previamente com os sindicatos, o que não ocorreu.

Além disso, os petroleiros querem que a Petrobrás estabeleça todos os grupos de trabalho (GTs) determinados no ACT para negociar pontos que não foram consensuais entre a empresa e a categoria. Esses pontos envolvem a tabela de turno dos trabalhadores da Petrobrás; o banco de horas; o plano de saúde; e a participação nos lucros e resultados (PLR). Ainda que já tenha aberto alguns GTs, a empresa tem tomado decisões por conta própria, sem o devido diálogo com os sindicatos nesses ambientes, como determinado pelo ACT.

Unidades que aderiram à greve nacional – 04/02

Amazonas
Refinaria de Manaus (Reman) – sem rendição no turno desde às 23h30 de 31/01

Rio Grande do Norte
Polo de Guamaré – uma comissão de base está verificando as condições de segurança nas permissões de trabalho (processamento e produção de GLP, querosene de aviação e diesel)

Base 34 – trabalhadores em estado de greve

Ceará
Temelétrica TermoCeará – sem rendição no turno desde às 15h de 02/02

Fábrica de Lubrificantes do Nordeste (Lubnor) – sem rendição no turno desde às 23h de 31/01

Pernambuco
Refinaria Abreu e Lima (Rnest) – sem rendição no turno desde a zero hora de 01/02 com 100% de adesão dos trabalhadores

Terminal Aquaviário de Suape – sem rendição no turno desde a zero hora de 01/02 com 100% de adesão dos trabalhadores

Bahia
Unidades da UO-BA (Taquipe, Miranga, Bálsamo, Araças e Buracica) – atividades paralisadas

Refinaria Landulpho Alves (Rlam) – sem rendição no turno desde às 23h de 31/01

Terminal Madre de Deus – sem rendição no turno desde as 07h de 01/02

Espírito Santo
Unidade de tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC) – trabalhadores cortaram a rendição no turno na manhã desta terça (04/02)

Sede administrativa da Base 61, polo de produção terrestre em São Mateus – 100% de participação dos trabalhadores terceirizados e próprios

Minas Gerais

Termelétrica de Ibirité (UTE-Ibirité) – sem rendição no turno desde a zero hora de 01/02

Refinaria Gabriel Passos (Regap) – sem rendição no turno desde às 23h30 de 31/01

Rio de Janeiro
Terminal de Campos Elíseos (Tecam) – trabalhadores aderiram à greve na segunda (03/02).

Termelétrica Governador Leonel Brizola (UTE-GLB) – trabalhadores estão mobilizados desde segunda (03/02) e com atrasos crescentes no turno

Refinaria Duque de Caxias (Reduc) – sem rendição no turno desde a zero hora 01/02

Terminal de Cabiúnas, em Macaé (UTGCAB) – trabalhadores cortaram a rendição do turno às 23h de 03/02.

Na noite de segunda (03/02), os trabalhadores das plataformas da Bacia de Campos, começaram a seguir a orientação do sindicato de entregar a operação das unidades para as equipes de contingência da Petrobrás. Desde sábado (01/02), mais de 15 plataformas já vinham realizando levantamentos de pendências de segurança, efetivo e se houve embarque de equipes de contingência a bordo.

São Paulo
Terminal de Guarulhos – adesão dos trabalhadores na manhã de hoje 04/02

Terminal de Barueri – adesão dos trabalhadores na manhã do dia 03/02

Refinaria de Paulínia (Replan) – sem rendição no turno desde às 23h30 de 31/01

Refinaria de Capuava, em Mauá (Recap) – sem rendição no turno desde a zero hora 01/02

Refinaria Henrique Lages, em São José dos Campos (Revap) – cortes alternados nos turnos

Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (RPBC) – cortes alternados nos turnos

Paraná
Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) – sem rendição no turno desde a zero hora 01/02

Fábrica de Xisto (SIX) – sem rendição no turno desde a zero hora 01/02

Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FafenPR/Ansa) – sem trabalhadores da operação e da manutenção no interior da unidade. Acampamento na porta da fábrica prossegue desde o dia 21/01

Terminal de Paranaguá (Tepar) – sem rendição no turno desde a zero hora 01/02

Santa Catarina
Terminal Terrestre de Itajaí (TEJAÍ) – trabalhadores aderiram à greve hoje (04/02)

Terminal de Guaramirim (Temirim) – trabalhadores aderiram à greve nesta segunda (03/02)

Terminal de São Francisco do Sul (Tefran) – trabalhadores aderiram à greve nesta segunda (03/02)

Base administrativa de Joinville (Ediville) – trabalhadores aderiram à greve nesta segunda (03/02)

Rio Grande do Sul
Terminal de Niterói (Tenit) – adesão à greve na manhã de 03/02

Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) – sem rendição no turno desde as 07h de 01/02

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